Planejamento para o professor
Objeto do conhecimento: Conto.
Habilidade da BNCC: (EF89LP33) Ler, de forma autônoma, e compreender – selecionando procedimentos e estratégias de leitura adequados a diferentes objetivos e levando em conta características dos gêneros e suportes – romances, contos contemporâneos, minicontos, fábulas contemporâneas, romances juvenis, biografias romanceadas, novelas, crônicas visuais, narrativas de ficção científica, narrativas de suspense, poemas de forma livre e fixa (como haicai), poema concreto, ciberpoema, dentre outros, expressando avaliação sobre o texto lido e estabelecendo preferências por gêneros, temas, autores.
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Leia o texto para responder às questões 1 – 3.
FURTO DE FLOR
Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor. Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber e flor não é para ser bebida. Passei-a para o vaso e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor se a contemplarmos bem. Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer. Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me:
– Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!
Carlos Drummond de Andrade. Contos plausíveis.
1. Leia as afirmativas abaixo e em seguida assinale a alternativa correta
- a) O texto Furto de Flor é predominantemente narrativo.
- b) O autor ao longo do texto vai construindo um misto de narrativa e texto objetivo.
- c) O autor usou a 1ª pessoa para, supostamente, aproximar-se do personagem da narrativa.
- d) Apenas pela leitura do título do texto, pode-se afirmar que o texto é narrativo.
2. Segundo o texto de Drummond, a condição para haver novidade em uma flor, sem agredi-la, é apenas admirá-la. O trecho do conto que satisfaz esta condição é
- a) “Furtei uma flor daquele jardim”.
- b) “Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia”.
- c) “Quantas novidades há numa flor se a contemplarmos bem”.
- d) “Não adiantava restituí-la ao jardim”.
3. Ao longo do texto, o personagem vai gradativamente buscando manter a flor viva, mas não é feliz no seu intento, pois a
- a) colocou num copo com água.
- b) depositou no jardim onde desabrochara.
- c) colocou no vaso com terra.
- d) furtou do jardim.
Leia o texto abaixo para responder às questões 4 – 6.
APELO
Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho.
Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda a casa era um corredor deserto, até o canário ficou mudo. Não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite eles se iam. Ficava só, sem o perdão de sua presença, última luz na varanda, a todas as aflições do dia.
Sentia falta da pequena briga pelo sal no tomate — meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa. Calço a meia furada. Que fim levou o saca-rolha? Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas mastigando. Venha para casa, Senhora, por favor.
Dalton Trevisan.
4. Qual o tema central do conto que você leu
- a) Um homem que narra e descreve sua rotina após ser abandonado.
- b) Um homem que narra e descreve sua sede de amar.
- c) Um homem que narra e descreve a briga pelo sal no tomate.
- d) Um homem que narra e descreve a primeira vez que o leite coalhou.
5. A narrativa do conto acontece em
- a) 3ª pessoa narrador onisciente.
- b) 2ª pessoa.
- c) 1ª pessoa.
- d) 3ª pessoa narrador observador.
6. O trecho abaixo que confirma que a narração do conto acima está em 1ª pessoa, narrador-personagem é
- a) “(…) o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem de relance no espelho (…)”
- b) “(…) Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou(…)”
- c) “(…) Uma hora da noite, eles se iam e eu ficava só. (…)”
- d) “(…)Amanhã faz um mês(…)”
Leia o trecho do texto “A quinta história” de Clarice Lispector para responder às próximas 2 (duas) questões:
Queixei-me de baratas. Uma senhora ouviu-me a queixa. Deu-me a receita de como matá-las. Que misturasse em partes iguais: açúcar, farinha e gesso. A farinha e o açúcar as atrairiam, o gesso esturricaria o de dentro delas. Assim fiz. Morreram.
7. Embora muito pequeno, esse texto contém os elementos essenciais de uma narrativa. Encontramos no trecho do conto acima
- a) Narrador-personagem.
- b) Narrador-observador.
- c) Narrador-onisciente.
- d) Narrador-testemunha.
8. O foco narrativo da história é
- a) Foco narrativo impessoal.
- b) Foco narrativo em 3ª pessoa.
- c) Foco narrativo em 1ª pessoa.
- d) Foco narrativo em 2ª pessoa.
Leia o texto abaixo e resolva a questão:
Festa
Atrás do balcão, o rapaz de cabeça pelada e avental olha o crioulão de roupa limpa e remendada, acompanhado de dois meninos de tênis branco, um mais velho e outro mais novo, mas ambos com menos de dez anos.
Os três atravessam o salão, cuidadosa mas resolutamente, e se dirigem para o cômodo dos fundos, onde há seis mesas desertas.
O rapaz de cabeça pelada vai ver o que eles querem. O homem pergunta em quanto fica a cerveja, dois guaranás e dois pãezinhos.
– Duzentos e vinte.
O preto concentra-se, aritmético, e confirma o pedido.
– Que tal o pão com molho? – sugere o rapaz.
– Como?
– Passar o pão no molho da almôndega. Fica muito mais gostoso.
O homem olha para os meninos.
– O preço é o mesmo – informa o rapaz.
– Está certo.
Os três sentam-se numa das mesas, de forma canhestra, como se o estivessem fazendo pela primeira vez na vida.
O rapaz de cabeça pelada traz as bebidas e os copos e, em seguida, num pratinho, os dois pães com meia almôndega cada um. O homem e (mais do que ele) os meninos olham para dentro dos pães, enquanto o rapaz cúmplice se retira.
Os meninos aguardam que a mão adulta leve solene o copo de cerveja até a boca, depois cada um prova o seu guaraná e morde o primeiro bocado do pão.
O homem toma a cerveja em pequenos goles, observando criteriosamente o menino mais velho e o menino mais novo absorvidos com o sanduíche e a bebida.
Eles não têm pressa. O grande homem e seus dois meninos. E permanecem para sempre, humanos e indestrutíveis, sentados naquela mesa.
PIROLI, Wander.
9. O tipo de tempo empregado no conto acima foi
- a) Cronológico com narrativa não linear.
- b) Psicológico com narrativa linear.
- c) Psicológico com narrativa não linear.
- d) Cronológico com narrativa linear.
Leia um trecho do conto “Missa do Galo” de Machado de Assis para responder à questão:
– Talvez esteja aborrecida, pensei eu.
E logo alto:
– D. Conceição, creio que vão sendo horas, e eu…
– Não, não, ainda é cedo. Vi agora mesmo o relógio; são onze e meia. Tem tempo. Você, perdendo a noite, é capaz de não dormir de dia?
– Já tenho feito isso.
– Eu, não; perdendo uma noite, no outro dia estou que não posso, e, meia hora que seja, hei de passar pelo sono. Mas também estou ficando velha.
– Que velha o quê, D. Conceição?
10. O tipo de discurso empregado no trecho do conto acima foi
- a) Discurso Direto.
- b) Monólogo.
- c) Discurso Indireto.
- d) Discurso Indireto Livre.
Leia um trecho do conto “Cemitério de elefantes” de Dalton Trevisan e depois responda a questão:
Dario vinha apressado, o guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi escorregando por ela, de costas, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e descansou no chão o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque.
11. O tipo de discurso empregado no trecho do conto acima foi
- a) Discurso Direto.
- b) Monólogo.
- c) Discurso Indireto.
- d) Discurso Indireto Livre.
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Por Maurício Araújo
Especialista em Língua Portuguesa, em Marketing e Mídias Digitais e em Gramática de Revisão Textual.
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