Atividade de português de interpretação de texto sobre o aborto (Artigo de Opinião) para o 8º ano, 9º ano e 1º ano do ensino médio com gabarito.
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Leia o texto abaixo e resolva às questões 1 – 14:
ABORTO: O DEBATE SEM FIM
Taís Braga
Antes que os críticos e os movimentos organizados se manifestem, esclareço que, sim, concordo que a mulher deve ter o direito e a assistência médica necessária, caso deseje, precise e opte por interromper uma gravidez. Por outro lado, aceito a opinião e a convicção de quem é contra essa medida, que é extrema em qualquer circunstância. O tema é controverso, sensível e difícil de levar a um consenso.
É preciso que os dois lados, contra ou a favor, compreendam que há pontos a defender nos dois posicionamentos. Por exemplo: os movimentos de mulheres acertam quando argumentam que a proibição não impede a prática e contribui para a morte de mulheres, que se submetem a vários tipos de procedimentos — desde medicamentos a objetos introduzidos no útero, passando por clínicas clandestinas. Várias outras razões são apresentadas e defendidas com muito vigor.
Da mesma forma, organizações em defesa da vida e, principalmente, grupos religiosos, são veementemente contra e alegam tratar-se de homicídio contra um ser incapaz de se defender. É preciso, além de respeitar a crença do outro, admitir que um feto não tem como se defender. Isso é óbvio.
Recentemente, o Tribunal Constitucional da Colômbia, a mais alta corte de Justiça do país, aprovou a descriminalização do aborto, por qualquer motivo, até o sexto mês de gravidez. Confesso que a notícia me deixou perplexa. Nesse período da gestação, é possível haver um parto, e a chance de o bebê sobreviver é muito grande. Conheço pessoas que nasceram aos seis meses e vivem saudavelmente. Atualmente, com o avanço da medicina, a sobrevivência é quase certa.
A Colômbia é o terceiro país sul-americano a flexibilizar o acesso à interrupção da gravidez com assistência do sistema público de saúde. No Brasil, é proibido, mas há exceções nos casos de risco de morte da mãe, estupro ou quando o feto não tem cérebro. No Uruguai, o aborto pode ser feito até a 12ª semana ou até a 14ª em caso de estupro. Na Argentina, até a 14ª. O que se vê é que cada país define a legislação conforme a própria realidade, interesses, forças e pressões sociais, políticas ou religiosas.
Cientistas não chegaram a uma definição sobre quando a vida começa no útero — na concepção, quando o coração começa a bater ou quando o cérebro é formado. Essa certeza (ou incerteza) é a razão dos debates entre o social e o religioso. Isso, sem contar o ponto de vista legal — um feto teria direito a uma herança? E o pai do bebê, pode se posicionar? Portanto, fica claro que, ao longo dos anos, o assunto será discutido e até revisto nas sociedades.
Creio que religiosos que se posicionam contra a prática jamais se beneficiarão de uma legislação favorável ao aborto. Mas é preciso crer que uma mulher não interromperá uma gravidez se não houver um motivo muito forte para isso. O motivo dela. É importante que ela seja acolhida, orientada da melhor forma possível, que conheça as suas opções e os argumentos dos que são contra ou a favor. A decisão, no entanto, é solitária. E viverá com ela para sempre.
Taís Braga / Correio Braziliense – 23/02/2022
Acesso por Tudo Sala de Aula em 08/03/2022
Atividades
1. O texto que você leu é um artigo de opinião. Isso se justifica porque:
a) mostra uma opinião com imparcialidade, por isso, todos devem concordar.
b) divulga a aprovação da legalização do abordo em países da América do Sul.
c) defende um ponto de vista sobre algum assunto relevante para a sociedade.
d) é um espaço em jornais e revistas onde os leitores podem expor suas opiniões.
2. O texto desenvolve o pensamento crítico através de posicionamentos diversos com opiniões, argumentos e fatos, debatendo de forma ética e respeitosa com o leitor. Desse modo, qual o campo de atuação que o texto “Aborto: o debate sem fim” pertence?
a) Campo jornalístico-midiático.
b) Campo da vida pessoal.
c) Campo artístico-literário.
d) Campo da vida cotidiana.
3. Sobre o texto, é possível perceber que a autora Taís Braga:
a) defende a legalização do aborto e reprova as pessoas que pensam diferente dela.
b) critica veementemente as pessoas que são contra a legalização do aborto no Brasil.
c) não aprova a legalização do aborto sobre o pretexto que traz riscos às mulheres.
d) não concorda com o aborto por qualquer motivo após o sexto mês de gestação.
4. Não é comum acontecer uma autodefesa em artigo de opinião logo no início, entretanto, no texto, a autora já começa se defendendo de possíveis críticas de seus leitores. Por que Taís Braga utilizou esse recurso?
a) Porque é um assunto irrelevante na sociedade brasileira.
b) Porque se trata de um tema polêmico e divide opiniões.
c) Porque a autora não quer ser censurada pelos seus leitores.
d) Por se tratar de um tema importante, a autora ameniza os fatos.
5. Há uma OPINIÃO em:
a) “Cientistas não chegaram a uma definição sobre quando a vida começa…”
b) “Conheço pessoas que nasceram aos seis meses e vivem saudavelmente.”
c) “… ao longo dos anos, o assunto será discutido e até revisto nas sociedades.”
d) “O tema é controverso, sensível e difícil de levar a um consenso.”
6. NÃO é um argumento utilizado pela autora no segundo parágrafo do texto para defender a legalização do aborto:
a) Que os dois lados (contra ou favor) precisam conversar e chegar a um acordo.
b) As mulheres são submetidas a vários tipos perigosos de interrupção da gestação de forma ilegal.
c) A proibição não impede a prática abortiva no Brasil, causando a morte de mulheres.
d) Devido à proibição, muitas mulheres frequentam clínicas clandestinas e isso é perigoso.
7. No trecho: “Confesso que a notícia me deixou perplexa.”, a palavra em destaque poderia ser substituída, sem alteração de sentido, por:
a) hesitante.
b) irresoluta.
c) suscetível.
d) estarrecida.
8. A tese defendida pela autora está em:
a) “Por outro lado, aceito a opinião e a convicção de quem é contra essa medida, que é extrema em qualquer circunstância.”
b) “É preciso, além de respeitar a crença do outro, admitir que um feto não tem como se defender. Isso é óbvio.”
c) “… a mulher deve ter o direito e a assistência médica necessária, caso deseje, precise e opte por interromper uma gravidez.”
d) “Creio que religiosos que se posicionam contra a prática jamais se beneficiarão de uma legislação favorável ao aborto.”
9. Segundo o texto, em que situações o aborto no Brasil é considerado legalmente possível?
10. No trecho: “… na concepção, quando o coração começa a bater ou quando o cérebro é formado.” As palavras grifadas estabelecem, respectivamente, ideias de:
a) tempo e alternância.
b) comparação e condição.
c) explicação e adição.
d) causa e consequência.
11. Assinale a alternativa cuja palavra ou expressão grifada no trecho NÃO estabelece ideia de oposição:
a) “Portanto, fica claro que, ao longo dos anos…”
b) “Mas é preciso crer que uma mulher não interromperá…”
c) “A decisão, no entanto, é solitária.”
d) “Por outro lado, aceito a opinião e a convicção…”
12. Sobre o texto, assinale a alternativa FALSA:
a) Pressões sociais ou religiosas influenciam decisões políticas sobre o aborto.
b) Grupos religiosos são contra o aborto porque acreditam se tratar de homicídio.
c) Atualmente no Brasil, a prática do aborto não é permitida em nenhuma hipótese.
d) A autora crê que uma mulher interrompe a gravidez quando há um motivo plausível.
13. No trecho: “… no Tribunal Constitucional da Colômbia, a mais alta corte de Justiça do país, aprovou a descriminalização do aborto…” a expressão “a mais alta corte de Justiça do país” foi colocada entre vírgulas com a finalidade de:
a) inserir uma expressão duvidosa ao leitor e gerar curiosidade.
b) explicar ao leitor uma informação apresentada anteriormente.
c) apresentar elementos que possuem a mesma função sintática.
d) separar um vocativo dentro da oração, mostrando um chamamento.
14. O aborto sempre será um tema muito polêmico na sociedade. Diante disso, responda: você é contra ou favor do aborto? Que argumentos você usa para defender seu ponto de vista?
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