Nesta publicação, preparamos uma excelente atividade de História sobre o Dia Internacional da Mulher, direcionada aos estudantes do 6º, 7º, 8º e 9º ano. No dia 8 de março, comemoramos o Dia Internacional da Mulher, uma data que representa a luta e a conquista das mulheres ao longo de décadas por igualdade de gênero, direitos trabalhistas e igualdade de oportunidades. É necessário lembrar que as mulheres, historicamente, enfrentaram e ainda enfrentam diversas formas de discriminação e violência, o que torna a importância do Dia Internacional da Mulher ainda mais significativa.
DIA INTERNACIONAL DA MULHER
No dia 08 de março, comemora-se o “Dia Internacional da Mulher”, uma data que remete a uma temática cheia de flores e cores rosadas. É comum a homenagem com buquês, chocolates e poesia, porém, a história por traz dessa data também deve ser divulgada e discutida.
UMA DATA CHEIA DE SIGNIFICADO
O dia 8 de março foi escolhido oficialmente pela ONU como Dia Internacional da Mulher em 1975. Essa data faz referência ao protesto ocorrido exatamente em 8 de março de 1917. No contexto dos fatos que antecederam a Revolução Russa de 1917, milhares de mulheres russas organizaram um protesto conhecido como "Pão e Paz", nele, as mulheres reivindicaram melhores condições de vida e de trabalho, tendo em vista que, mesmo trabalhando nos mesmos cargos que os homens, as mulheres recebiam salários inferiores devido à percepção de que eram menos fortes. Essa situação era comum em vários países e, lamentavelmente, persiste nos dias atuais, embora em menor escala.
Antes mesmo do protesto de 1917, já havia vários outros movimentos contra o preconceito e as injustiças sofridas pelas mulheres, somente pelo fato de serem mulheres. Em 1908, houve uma greve das mulheres que trabalhavam em uma fábrica de confecção de camisas nos EUA. Essa marcante greve deu início a Celebração das Mulheres dos Estados Unidos que ocorreria no ano seguinte.
O fato mais marcante, infelizmente, foi o ocorrido em 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle Shirtwaist que matou 125 mulheres, algumas com apenas 14 anos. Naquela época, as fábricas não eram obrigadas a se prepararem contra incêndios, não tinham extintores e nem sistemas hidráulicos para este fim. Além de que era permitido fumar nesses locais, mesmo o sistema de iluminação sendo a gás. Após a tragédia, as leis a respeito da segurança contra incêndios foram revisadas, além da legislação trabalhista.
A LUTA DAS MULHERES PELA CIDADANIA
Uma das conquistas mais importantes para as mulheres na atualidade foi a obtenção do direito de se candidatar e votar. Ter voz na política é uma ferramenta potente na luta pela igualdade de direitos. Abaixo, há um mapa com os anos em que os países deram direito ao voto às mulheres.
Como está expresso no mapa, as mulheres brasileiras só tiveram direito ao voto na Constituição de 1932. Durante o governo de Getúlio Vargas, esse direito foi dado ainda cheio de restrições, pois de acordo com Código Eleitoral de 1932, o voto somente seria permitido às mulheres casadas com a autorização do marido ou as viúvas e solteiras com renda própria. Somente com a legislação de 1934, essas restrições foram retiradas, mas o voto feminino continuou sendo facultativo, diferente do masculino que era obrigatório. A obrigatoriedade do voto feminino foi estabelecida somente em 1946.
O clássico “Gabriela, cravo e canela” de Jorge Amado traz o relato do assassinato de dona Sinhazinha e seu amante, o dentista Osmundo, pelo seu esposo o fazendeiro Jesuíno Mendonça. Esse fato fortemente apoiado e considerado justo pela sociedade de Ilhéus da década de 1920, o fazendeiro assassino foi considerado um defensor da família e da moral. Essa situação era reflexo da sociedade colonial brasileira, onde amparado pelas Ordenações Filipinas, um código legal que se aplicava a Portugal e seus territórios garantiam ao marido o direito de matar a mulher em caso de adultério ou até mesmo por suspeita de traição, ou seja, um boato poderia causar um assassinato de uma mulher inocente, e o assassino nem seria punido.
Apesar de o Brasil independente não garantir esse direito, a sociedade brasileira ainda justificou por muitos anos esse tipo de ação. O Brasil República ainda trazia leis que reproduziam a ideia de que o homem era superior à mulher. Para o Código Civil de 1916, as mulheres casadas eram “incapazes” e só podiam assinar contratos ou trabalhar fora de casa com autorização documentada do marido.
A história das mulheres no Brasil tem sido marcada por episódios de violência e pela falta de garantias de direitos ao longo do tempo. Infelizmente, nosso país carrega o título de 5º país que mais mata mulheres, apenas pelo fato de serem mulheres, o chamado feminicídio. Segundo a ONU, ficamos atrás somente de El Salvador, Colômbia, Guatemala e Rússia.
No intuito de mudar essa realidade, a legislação brasileira aprovou duas leis muito significativas nos últimos anos. A lei 11340/2006, a chamada Lei Maria da Penha, que criou mecanismos para coibir a violência doméstica contra a mulher. Essa lei ficou muito famosa, principalmente pela história de Maria da Penha, uma farmacêutica cearense que perdeu o movimento das pernas devido à violência que sofreu por anos do ex-marido. Outra lei importantíssima é a lei 13104/2015 que tornou feminicídio um crime qualificado pertencente à lista de crimes hediondos, com penas de 12 a 30 anos de reclusão.
É certo que ser mulher atualmente ainda é uma realidade cheia de desafios. São muitos os preconceitos e violências a serem superados. Por esse e outros motivos, o 8 de março deve ser celebrado das mais diversas formas: com rosas, chocolates, homenagens e, principalmente, muita conscientização, pois nenhuma conquista das mulheres no mundo foi conseguida sem que houvesse o desejo de ser respeitada e valorizada pela sociedade em geral.
Atividade muito boa. Adorei
ResponderExcluirMuito obrigado!
Excluir