O artigo de opinião é um gênero textual que expressa a visão do autor sobre um tema, frequentemente polêmico, com o intuito de convencer o leitor por meio de argumentos e análises. Diante dos recentes acontecimentos de forte impacto das chuvas no Rio Grande do Sul, uma questão que tem ganhado destaque nacionalmente, apresentamos esta atividade para ser explorada em sala de aula. O objetivo deste recurso é promover um debate sobre o tema, enquanto os alunos desenvolvem habilidades linguísticas alinhadas com a BNCC e os descritores do SAEB. Convidamos você a conhecer e aplicar este material com seus alunos.
Planejamento para o professor
Objeto do conhecimento: Artigo de Opinião.
Objetivo da Aula: Diferenciar fato de opinião em textos jornalísticos.
Habilidade da BNCC: (EF89LP10) Planejar artigos de opinião, tendo em vista as condições de produção do texto –objetivo, leitores/espectadores, veículos e mídia de circulação etc. –, a partir da escolha do tema ou questão a ser discutido(a), da relevância para a turma, escola ou comunidade, do levantamento de dados e informações sobre a questão, de argumentos relacionados a diferentes posicionamentos em jogo, da definição – o que pode envolver consultas a fontes diversas, entrevistas com especialistas, análise de textos, organização esquemática das informações e argumentos – dos (tipos de) argumentos e estratégias que pretende utilizar para convencer os leitores.
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Leia o texto e responda às questões 1 – 17.
PODER PÚBLICO INDIFERENTE E INCAPAZ É O GRANDE CULPADO PELAS ENCHENTES NO RS
Por: J.R. Guzzo
O governador do Rio Grande do Sul, comentando a tragédia que devasta o seu estado nestes dias, entendeu que deveria passar para a população e as autoridades uma mensagem de harmonia. “Não é hora de procurar culpados”, disse ele. O governador provavelmente falou com boas intenções. É possível, perfeitamente, que tenha razão – não é com bate-boca e fazendo cara de bravo que a água vai baixar.
Mas para o cidadão que perdeu sua casa, seus bens e pessoas de suas famílias, fica uma impressão bem amarga. Quando, então, vão encontrar os culpados? Ano após ano os gaúchos, e muitos outros brasileiros, têm suas vidas arruinadas em episódios equivalentes. Mas nunca é hora de identificar os culpados – e é óbvio que alguém tem culpa.
Os responsáveis são as pessoas com nome e CPF que mandam na máquina do Estado, hoje, ontem e sempre. Não têm culpa pela chuva – mas têm culpa pela extensão dos desastres que ela provoca. Calamidades naturais ocorrem no mundo inteiro, com consequências dramaticamente diferentes. Onde o Estado tem responsabilidade concreta perante o cidadão, como em geral é o caso no Primeiro Mundo, os efeitos são suportáveis; a Holanda, por exemplo, está abaixo do nível do mar e não tem inundações. Em lugares como o Brasil, a última coisa que passa pela cabeça dos governantes é a vida real dos governados. Não é por acaso. Todos eles sabem que jamais terão de sofrer as consequências das decisões que tomam.]
A devastação que as enchentes estão causando no Rio Grande do Sul é o resultado de um século, ou mais, da inação, da inépcia e da indiferença do poder público, em todos os níveis, para lidar com o fenômeno elementar da chuva. Não é possível fazerem com que as chuvas obedeçam aos limites do meteorologicamente correto, porém, sabem com 100% de certeza que elas vão cair – e têm a obrigação, com os impostos que cobram e que estão hoje entre os maiores do mundo, de trabalhar para que seus efeitos sejam minimizados.
A catástrofe do Rio Grande do Sul prova mais uma vez que esta obrigação continua sendo ignorada. Ou não fazem as obras que deveriam fazer, ou fazem as obras erradas – o que é tão ruim quanto. O fato é que o gaúcho de carne e osso sente, no seu bolso, que paga muito mais imposto do que pagava – em compensação, sofre muito mais com as enchentes.
Não há perspectivas reais de que a coisa possa melhorar. As cheias do Guaíba, pelo que indica a maioria dos registros, foram as piores desde 1941 quando o presidente do Brasil ainda era Getúlio Vargas. Estamos agora com Lula e a nova ideologia do “clima” […]. Havia, há mais de 80 anos, inundações do mesmo tamanho, ou quase. A causa, na época, era a chuva. Hoje se diz que a causa é a “mudança”, ou a “crise”, ou até a “emergência” climática.
Eles que estão nos governos acham uma maravilha quando ouvem esse tipo de coisa. Sua conclusão unânime, certificada como verdadeira pela mídia, é: “A culpa não é nossa”. A culpa, então, é do “homem”, do “estilo de vida”, do “capitalismo”.
Atividades
1. Quais razões você pode apresentar para corroborar a classificação do texto como um artigo de opinião?
2. Qual o tema principal abordado pelo autor do texto?
a) A comparação entre as políticas de prevenção de enchentes no Brasil e em outros países.
b) A falta de medidas eficazes por parte do governo para prevenir as enchentes no Brasil.
c) A indiferença da população em relação aos desastres causados pelas enchentes.
d) A incapacidade do poder público em resolver os problemas causados pelas enchentes no RS.
3. No texto, qual recurso argumentativo é mais evidente na elaboração da posição defendida pelo autor sobre o tema?
a) Argumento explicativo, pois ele destaca as evidências que colaboram com as enchentes.
b) Argumento de comparação, pois enfatiza as falhas do governo como causa das enchentes.
c) Argumento de autoridade, pois cita especialistas que corroboram sobre as enchentes.
d) Argumento de exemplificação, pois apresenta casos concretos de cidadãos afetados pelas enchentes.
4. Qual trecho do texto, no segundo parágrafo, foi empregado pelo autor para contrapor a declaração do governador? Que palavra desse trecho foi utilizado para introduzir essa oposição à fala?
5. Releia:
“É possível, perfeitamente, que tenha razão – não é com bate-boca e fazendo cara de bravo que a água vai baixar.”
No trecho acima, o autor expressou uma crítica implícita através de uma figura de linguagem para transmitir uma mensagem ao leitor. Observando os aspectos linguísticos, qual figura de linguagem foi utilizada nesse trecho?
a) Eufemismo.
b) Sarcasmo.
c) Hipérbole.
d) Metáfora.
6. O uso das aspas em: “Não é hora de procurar culpados” (1º parágrafo) tem a função de
a) destacar uma expressão formal.
b) enfatizar a importância da frase no texto.
c) indicar a fala direta do governador.
d) sinalizar uma citação de outra fonte.
7. Indique se os trechos a seguir apresentam fato ou opinião.
a) “… e é óbvio que alguém tem culpa.”.
b) “Calamidades naturais ocorrem no mundo inteiro…”
c) “O gaúcho de carne e osso sente, no seu bolso…”
d) “… o que é tão ruim quanto.”
e) “As cheias do Guaíba, pelo que indica a maioria dos registros, foram as piores desde 1941…”
f) “Eles que estão nos governos acham uma maravilha…”
g) “Havia, há mais de 80 anos, inundações do mesmo tamanho, ou quase.”
8. Classifique os termos destacados nos fragmentos retirados do texto de acordo com a função que eles estabelecem, colocando a numeração indicada entre parênteses.
( 1 ) Tempo
( 2 ) Lugar
( 3 ) Oposição
( 4 ) Finalidade
( 5 ) Conclusão
( 6 ) Intensidade
( 7 ) Negação
( 8 ) Alternância
a.( ) “Onde o Estado tem responsabilidade…”
b.( ) “… prova mais uma vez que esta obrigação…”
c.( ) “… desde 1941 quando o presidente…”
d.( ) “… de trabalhar para que seus efeitos sejam…”
e.( ) “… mas têm culpa pela extensão…”
f. ( ) “Ou não fazem as obras que deveriam…”
g.( ) “Todos eles sabem que jamais terão…”
h.( ) “… o que é tão ruim quanto.”
i. ( ) “A culpa, então, é do homem…”
j. ( ) “… porém, sabem com 100% de certeza…”
9. Qual exemplo o autor do texto usou para evidenciar ao leitor que as enchentes no Brasil podem ser prevenidas?
10. O autor sugere ser o motivo principal das enchentes no Rio Grande do Sul a
a) negligência do governo em realizar as obras necessárias.
b) mudança climática causada pelo estilo de vida capitalista.
c) falta de interesse dos governantes em resolver o problema.
d) intensidade das chuvas, que estão além do controle humano.
11. Para você, por que o autor do texto escolheu a expressão “carne e osso” (5º parágrafo) para descrever o cidadão gaúcho?
12. No trecho: “Sua conclusão unânime…” (último parágrafo), a palavra destacada significa
a) debate unificado.
b) concordância plena.
c) discussão acalorada.
d) discordância conjunta.
13. Segundo o texto, quem são os verdadeiros responsáveis pelas consequências das enchentes no Brasil?
14. De acordo com o autor, por que as enchentes no Rio Grande do Sul continuam sendo um problema recorrente?
15. Indique a que / quem as expressões destacadas de referem.
a) “… pela extensão dos desastres que ela provoca.”
b) “Todos eles sabem que jamais terão de sofrer…”
16. Em: “… é o resultado de um século, ou mais, da inação, da inépcia e da indiferença do poder público…”, as três palavras destacadas visam transmitir um único significado, que pode ser resumido pela palavra
a) compromisso
b) insensibilidade.
c) passividade.
d) negligência.
17. Você concorda com a opinião do autor do texto sobre o assunto abordado? Por quê?
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