No mês de novembro, celebramos o Dia da Consciência Negra, data importante para reflexão e reconhecimento da cultura afro-brasileira e luta contra o racismo. Pensando nisso, preparamos uma excelente atividade reflexiva sobre a Consciência Negra direcionada aos estudantes do 5º e 6º ano. Conheça este material e aplique com seus alunos!
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A IMPORTÂNCIA DO DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA
O Brasil, seu povo e sua cultura vêm da mistura das etnias branca (europeus), indígena (americanos) e negros (africanos). Desses povos, herdamos características físicas e culturais. Apesar disso, a raiz africana sempre foi tratada como inferior, nossos ancestrais foram trazidos contra a própria vontade de seu continente, maltratados e escravizados, e seus escravizadores ainda buscavam humilhá-los de todas as formas.
Os crimes praticados contra os negros não devem ser esquecidos pelo povo brasileiro. No entanto, reduzir a história dos africanos trazidos para o Brasil ao sofrimento da escravidão é menosprezar as ações, a inteligência, a cultura e a resistência de milhares de pessoas que contribuíram para a identidade do nosso povo.
A Lei nº 12.519/2011 instituiu o Dia da Consciência Negra, durante o qual são realizadas atividades para lembrar as contribuições dos africanos ao Brasil. Contudo, somente a partir de 2024, o Dia da Consciência Negra passou a ser um feriado nacional. A data foi escolhida em homenagem à morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares e um dos maiores símbolos da resistência negra no Brasil.
Mais do que um dia de descanso, o 20 de novembro deve ser visto como uma oportunidade para reflexão, aprendizado e debate. É fundamental conhecer a história e as contribuições dos negros no Brasil, entender o racismo passado e presente na nossa sociedade, e reconhecer a responsabilidade do Estado Brasileiro para com os africanos e seus descendentes. Mesmo após a assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, outras leis continuaram a prejudicar os afro-brasileiros. Entre elas, podemos destacar:
- As leis brasileiras só permitiram que os negros tivessem direito a voto em 1891; até então, eram considerados incapazes de escolher os governantes do país em que viviam e contribuíam para o crescimento.
- A Lei da Educação de 1837 proibia a presença de pessoas escravizadas nas escolas públicas.
- O decreto 145/1893 determinava a prisão de mendigos, vadios e capoeiristas, o que afetava também os desempregados, na maioria negros e pardos, mesmo que não tivessem culpa por não conseguir emprego.
- O decreto 3475/1899 negava o direito à fiança a réus vagabundos ou sem domicílio, afetando diretamente negros e pardos que, muitas vezes, não tinham casa.
- O artigo 138 da Constituição de 1934 defendia uma educação voltada ao “aperfeiçoamento da raça” e sugeria que a população brasileira se tornasse mais branca.
Racismo no Brasil
Apesar de muitas pessoas negarem a existência de racismo no Brasil, ele ainda é muito frequente. O site Geledês traz relatos reais de casos de racismo na atualidade. Veja alguns desses relatos:
“Disseram que eu tinha que ter tomado leite de magnésia pra minha filha nascer branca. A pessoa estava com ela no colo e ela tinha nascido horas antes.”
“Eu estava no salão agora, e chegou uma senhora dizendo que queria lavar o cabelo que estava fedendo a ‘nego macaco’. Foi nítido o constrangimento de todo mundo. Inclusive a cabeleira é negra.”
Situações como essas não podem ser simplesmente vistas como erros; elas não devem ser toleradas. O racismo pode vir disfarçado de humor, mas quando uma piada ofende alguém, ela não tem graça nenhuma.
https://www.tumblr.com/tirasarmandinho
O racismo no Brasil é crime, fere a alma e a integridade da vítima, e deve ser denunciado pelo Disque 100. Toda a sociedade brasileira deve combater o racismo em qualquer situação, por menor que ela pareça. Corrija seu vocabulário e o de sua família, e apoie a luta das pessoas pretas e pardas por igualdade, independentemente da cor de sua pele. Afinal, todos nós somos descendentes de pessoas pretas.