Português 6º e 7º ano

Atividade com Texto Narrativo para o 6º e 7º ano - Com Gabarito

Exercícios de Interpretação e Compreensão de Texto Narrativo: Crônica, para os estudantes do 6º e 7º ano. Material perfeito para trabalhar os elementos da narrativa.

📚 Olá, professores! Ensinar o texto narrativo é fundamental para desenvolver a leitura e a escrita dos seus alunos. Pensando nisso, preparamos uma excelente atividade de língua portuguesa de interpretação e compreensão textual envolvendo uma crônica narrativa humorística, ideal para estudantes do 6º e 7º ano. Com esse exercício, os alunos aprimoram a interpretação e a análise textual, além de reforçar os principais elementos da narrativa. Baixe agora e aplique em sua sala de aula!

Leia o texto e responda às questões 1 – 12.

PRIMEIRO ENCONTRO

     No seu primeiro encontro romântico com uma garota, levou junto a mãe. Rapaz criado sob os mimos da mãe viúva e de duas tias solteironas, não se sentia seguro nem para assinar o próprio nome. A ausência de qualquer uma das três figuras femininas fazia com que Alfredo perdesse até a fala.
     A independente Paloma, que se produzira para o grande encontro com tamanha vivacidade, agora olhava para a cena berrante com uma estranheza perturbadora.
    – Oi Paloma, essa é minha mamãe.
    Após uma eternidade para recuperar o fôlego, Paloma manteve o decoro e não tocou no assunto. Trocou dois beijinhos com o Alfredo, dois beijinhos com a mãe e se sentou à mesa do restaurante. Durante o jantar, a mãe, sob os tufos de cabelos brancos e uma pele desgastada, falava sem parar. Até de boca cheia. Falava sobre receitas, o clima, a violência da cidade, e sobre cada um dos programas de TV, desde os Bom Dia Qualquer Coisa até os Boa Noite Coisa Qualquer.
   Em dado momento, a mãe foi ao banheiro. Delicada como uma duquesa, disse sem rodeios:
   – Dá licencinha que vou ali no banheiro dar uma urinadinha, mas já volto. Vocês esperem eu voltar pra conversar que não quero perder nadinha. – Era só o que faltava.
   Foi só a figura embalsamada desaparecer, e Paloma disse entre dentes:
   – Alfredo, você tá louco? Por que você trouxe sua mãe no nosso encontro?
   – Ah, Paloma, me desculpe, mas eu não podia deixar a mamãe em casa. Ela tem medo de ficar sozinha.
   – Medo de ficar sozinha? Medo de ficar sozinha? E o que eu tenho a ver com isso?
   – Mas, o que você queria que eu fizesse?
   – Eu queria que… – Falar e bufar são duas coisas difíceis de se fazer ao mesmo tempo.
   – Eu queria que você tivesse feito qualquer coisa, qualquer coisa: deixado ela sozinha, levado ela pra casa do vizinho, acertado ela com uma pá e enterrado no fundo do quintal, menos ter trazido ela com você pro nosso encontro.
   – Puxa, Paloma. Como você é insensível. Até parece que nunca teve uma mamãe.
   – Para, para. Ela não é sua “mamãe”.
   – Como não?
   – Ela é sua “mãe”. Você já tá crescidinho demais pra ficar com essa de “mamãe” daqui, “mamãe” dali.
   – Na verdade, eu costumo chamar ela de “mamãezinha”, mas achei que você ia me achar meio infantil.
    – Oh, você infantil? Imagina, Alfredo! Um homem que traz a “mamãe” num primeiro encontro não tem nada de infantil.
    – Eu não gosto desse seu cinismo.
    – Homens infantis fazem outras coisas: fazem xixi no penico, usam shampoo de bebê, e só dormem com a luz acesa.
   Alfredo ficou embaraçado. Tentou desviar os olhos, mas o encabulamento o entregou.
   – Eu não acredito, Alfredo. Eu não acredito. Qual dessas três coisas você faz ainda?
   – Ééé…
   – Todas elas?
   – Não, todas não. Eu não durmo com a luz acesa. Porque a luz incomoda a mamãe.
   – O quê??? Você dorme com sua mãe?
   – E com as minhas tias, também. Mas por elas, poderia deixar a luz acesa.
   – Com as suas…? Não, não. Pra mim, chega. Adeus.
   – Paloma, espera. Espera.
  Apesar das súplicas de Alfredo, ela se levanta e desaparece de sua vista.
  Quando a mãe volta, percebe o filho sozinho e triste, e pergunta:
  – Que foi, meu bebê? Que cara é essa?
  – Mamãe, tenho uma notícia triste pra te dar. A Paloma terminou com a gente.

Juliano Martinz
https://corrosiva.com.br/textosengracados/primeiro-encontro

Atividades

1. Em uma narrativa, o ponto de vista do narrador é fundamental para a construção e andamento da história. Dessa forma, qual o tipo de narrador presente no texto lido? Justifique sua resposta e a confirme com um trecho do texto.


2. O texto apresenta uma situação inusitada e cômica envolvendo um encontro romântico marcado por conflitos. Com base nas características observadas, como a linguagem descontraída, o humor e a crítica de costumes, podemos classificá-lo como
a) crônica.
b) diário.
c) novela.
d) teatro.

3. Textos narrativos apresentam características em comum deste tipo de tipologia, como personagens, enredo, narrador e espaço, que se relacionam entre si para que o andamento da história seja coerente. Qual o espaço em que os personagens se relacionam no texto?


4. No trecho: “Alfredo, você tá louco? Por que você trouxe sua mãe no nosso encontro?”, observa-se um momento de confronto entre as personagens. De acordo com esse trecho, responda:

a) Qual é o principal motivo do incômodo de Paloma durante o encontro?


b) De que forma o humor é construído no diálogo entre Alfredo e Paloma? Cite trechos que evidenciem essa construção.


5. No trecho: “Foi só a figura embalsamada desaparecer…”, o termo grifado se refere
a) ao Alfredo.
b) à Paloma.
c) à mãe.
d) à tia.

6. Retire do texto 3 adjetivos e 3 advérbios.


7. No trecho: “A independente Paloma, que se produzira para o grande encontro com tamanha vivacidade…”, a palavra em destaque pode ser substituída, sem alteração de sentido, por
a) empolgação.
b) pressa.
c) preguiça.
d) esperteza.

8. Enumere de 1 a 5 a ordem em que os acontecimentos ocorrem na história.
(    ) Alfredo chama Paloma de insensível.
(    ) Alfredo diz que dorme com a mãe e as tias.
(    ) A mãe vai ao banheiro e Paloma discute com Alfredo.
(    ) Paloma vai embora.
(    ) Alfredo apresenta a mãe à Paloma.

9. Analise as expressões em destaque nos trechos a seguir e marque com (T) as que indicam TEMPO e com (L) as que indicam lugar.
(    ) “Durante o jantar, a mãe, sob os tufos de cabelos brancos e uma pele desgastada…”
(    ) “[…] levado ela pra casa do vizinho, acertado ela com uma pá e enterrado no fundo do quintal…”
(    ) “Trocou dois beijinhos com o Alfredo, dois beijinhos com a mãe e se sentou à mesa do restaurante…”
(    ) “Após uma eternidade para recuperar o fôlego, Paloma manteve o decoro…”
(    ) “Quando a mãe volta, percebe o filho sozinho e triste.”

10. Relacione as colunas de acordo com os elementos da narrativa presentes no texto.
(1) “Alfredo, você tá louco? Por que você trouxe sua mãe no nosso encontro?”
(2) “Oi Paloma, essa é minha mamãe.”
(3) “Com as suas…? Não, não. Pra mim, chega. Adeus.”
(4) “Rapaz criado sob os mimos da mãe viúva e de duas tias solteironas, não se sentia seguro nem para assinar o próprio nome.”

(    ) Situação inicial.
(    ) Conflito gerador.
(    ) Clímax.
(    ) Desfecho.

11. O trecho a seguir exemplifica o nível de linguagem utilizado no texto: linguagem coloquial. Reescreva-o em linguagem culta, realizando as devidas adaptações.
“Vocês esperem eu voltar pra conversar que não quero perder nadinha.”


12. Explique, com suas próprias palavras, o efeito de humor presente no último trecho: “Mamãe, tenho uma notícia triste para te dar. A Paloma terminou com a gente.”



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